quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

William Bouguereau

William A. Bouguereau (La Rochelle, 30 de Novembro de 1825 — La Rochelle, 19 de Agosto de 1905) foi um pintor acadêmico francês.

Tradicionalista, despretensioso e modesto, tornou-se um conceituado artista do século XIX e foi um membro de liderança do Instituto da França e presidente da Sociedade de Pintores, Escultores e Gravadores.

A sua reputação como pintor de temas mitológicos não faz justiça ao pintor de ternas mães, crianças e jovens raparigas. A maior parte destas obras foram pintadas na sua terra natal, La Rochelle, no jardim do seu estúdio, em um estilo realista quase fotográfico que se tornou um sucesso entre os colecionadores de seu tempo, embora modernamente tenha sido relativamente esquecido pela celebridade dos impressionistas seus contemporâneos.

domingo, 7 de dezembro de 2008

À minha mãe


Procuro,
folheio livros e livros,
em busca de um poema,
de um parágrafo, de uma frase,
que me falasse de ti
sem que eu tivesse que procurar-te
nas minhas entranhas.
Celan, Heine e Ginsberg não te conheceram,
e nem nos seus mais tristes versos
contam a falta que me fazes.
Mas as palavras dos outros são sempre
mais fáceis. Mais distantes.
Procurei,
em livros e livros,
um poema, um parágrafo, uma frase,
que me resguardasse da mágoa,
como janela de vidro protegendo o rosto
da chuva.
Mas nada do que leio
chega para contar o que sinto.
I miss you
Perco-te. Perdi-te.
Mais do que saudade, que a saudade,
a dor verdadeira está na eternidade
da tua ausência. I miss you
Perco-te. Perdi-te.
Nada que eu faça — nem que galgue quilómetros,
nem que nade o Atlântico — fará com que
me beijes novamente a testa,
que me chames outra vez filhote.

Fecho os livros. Não há poemas
que me possam abrigar a ferida em chaga
que faz hoje dois anos se me abriu na alma.
Com o rosto molhado de lágrimas, desvio
o olhar para a janela. Fixando as luzes da cidade
sob o fundo negro do céu e do rio, vejo o teu rosto
como se estivesses ao meu lado.
Instintivamente levo as mãos aos olhos,
para os secar.
Não quero que me vejas chorar.

Abraço do Pai


Free Hugs Amsterdam

Farol

Entre turbulências, silêncios, enigmas e poemas, há um rasto que me guia, me acompanha e me vigia. Há um laço apertado de nós de atar e de desfazer, de nós de dar e de doer. Há rastos de brilhos que já foram e de restos de mais nada, entre silêncios e trilhos escondidos na madrugada. Há poemas de luz e palavras soltas e amarras fortes, rebentadas pelas ondas.


Há sinais de já ter sido, como um barco encalhado, nas areias brancas de um lugar abandonado. Há pétalas que voam, coloridas, arrancadas por mãos poucos ciosas da vida, enchem o céu de reflexos e mergulham no mar, apenas por um instante, rara beleza de pasmar. Como o fogo de artificio em noites sem luar. Há turbulências ligeiras, que abanam, que não se sentem chegar. Há grandes abalos que chegam sem avisar destroem o que conhecemos, nos obrigam a duvidar.


Há momentos de doçura entre versos, entre paixão ou loucura, há sinais de vida em cada lágrima que rasga mas cura. Nos laços dos laços dos nós que amarramos há pedaços de tudo o que temos e damos. Há pedaços de folhas agarradas aos ramos depois de passar o vento, a tempestade e os enganos. Há sorrisos pequenos, tímidos, hesitantes, daqueles que, de tão raros, nos fazem sentir grandes.


Há horas com dias que parecem não terminar, tempo que não escorre ao invés de acabar. Há tantas incertezas e medos e tanto por perceber entre silêncios e poemas e palavras por dizer, entre pequenos segredos mentiras completas, laços de nós e nós de poetas. Há tanto querer no sinal dum sorriso, há tanto dizer “não sei, mas preciso”, há tanto silêncio, embalado a soluço.


Entre enigmas, mentiras, rasteiras e dilemas, tenho-te presente como um farol, que não procuro mas vejo, e me guia assim, à distância de um beijo que dança em mim.

sábado, 6 de dezembro de 2008

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

The Piano

Narciso cego



Tudo o que de mim se perde
acrescenta-se ao que sou.
Contudo, me desconheço.
Pelas minhas cercanias
passeio - não me frequento.
Por sobre fonte erma e esquiva
flutua-me, íntegra, a face
Mas nunca me vejo: e sigo
com face mal disfarçada.
Oh que amargo é o não poder
rosto a rosto contemplar
aquilo que ignoto sou,
distinguir até que ponto
sou eu mesmo que me levo
ou se um nume irrevelável
que (para ser) vem morar
comigo, dentro de mim,
mas me abandona se rolo
pelos declives do mundo.
Desfaço-me do que sonho:
faço-me sonho de alguém
oculto. Talvez um Deus
sonhe comigo, cobice
o que eu guardo e nunca usei.
Cego assim, não me decifro.
E a imaginar-me sonhado
não me completa a ganância
de ser-me inteiro prossegue.
E pairo - calado pânico -
entre o sonho e o sonhador.

Rodrigo Leão......"Ruinas"

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sou....


Se sou aquilo que penso
Se penso mais no sentir
Se não sinto aquilo que penso
Termino por não existir...
E se penso que sou o sentir
E que sentindo me faço viver
Se não vivo aquilo que sinto
Talvez eu esteja a morrer...
Mas se eu pudesse sentir
Aquilo que penso ser
Não estaria apenas sendo,
Mas começando a viver!

Pausa


Uma pausa apenas.
Queria minha vida em estado de pausa...
... por um tempo.
.
Queria perpertuar um momento...

Quem sabe assim
a distância se torne menor,
o tempo passe mais rápido,
o espaço seja mais curto,
e o coração sofra menos.

Quem sabe...

sábado, 29 de novembro de 2008

Dor......



Doem-me os livros que não li
e devia ter lido. São expostas
chagas que nunca hão-de sarar.
Assim também os filmes que não vi
e devia ter visto. São apostas
que perdi e não vou recuperar.

Mas a dor com mais sentido
é a da vida que não vivi
junto de ti
e devia ter vivido.

Silêncios

















Segredo à minha impaciência......


Segredo à minha impaciência: "Acalma-te. Para onde te precipitas ?
Sentado à janela, de cortina afastada para que a luz entre em abundância - e assim acontece - ,
deixa-te ler esse livro de muitas histórias
onde a areia dos desertos é uma constante
e bebe o teu chá matinal, amigo certo.
Assim de cabeça ligeiramente tombada para a frente,
não como quem desiste, mas quem aceita:
a vida, que mais podes tu querer dessa puta ?
Bebe o teu chá de mansinho..... sopra-o, sorve-o
com a complacência digna de um chinês
ou de um ocidental esgotado de hipocrisias.
Se desejares, saúda o nevoeiro desta manhã com um beijo
no vidro da tua janela - contacto arrepiante, mas belo:
de outro modo como beija-lo ?
E não serão todos os nossos beijos assim mesmo ?
Nem penses nisso: esfrega os olhos e recomeça a leitura.
Nem recordes.
Nem aguardes mais.
Respira fundo: sim, eis que seria agradável
ter um lindo canário amarelo que cantasse na cozinha. "

Nuno Miguel Rovisco

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Viagens

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Mosteiro de Sumela, Turquia

[
aqui]
Quem Ama


Quem ama nada exige.
Perdoa sem traçar condições.
Sabe sacrificar-se pela felicidade alheia.
Renuncia com alegria ao que mais deseja.
Não espera reconhecimento.
Serve sem cansaço.
Apaga-se para que outros brilhem.
Silencia as aflições, ocultando as próprias lágrimas.
Retribui o mal com o bem.
É sempre o mesmo em qualquer situação.
Vive para ser útil aos semelhantes.
Agradece a cruz que leva sobre os ombros.
Fala esclarecendo e ouve compreendendo.
Crê na Verdade e procura ser justo.
Quem ama, qual o samaritano anônimo da parábola do Mestre, levanta os caídos da estrada, balsamiza-lhes as chagas,abraça-os fraternalmente e segue adiante...
World Press Photo

Mstislav Rostropovich toca Bach


As Fotografias de Amor



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música muito suave

Cirque du Soleil



Henri Cartier-Bresson

Obras do genial fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson.


Lembranças

Existem coisas pequenas e grandes coisas que levaremos para o resto de nossas vidas. Talvez sejam poucas, quem sabe sejam muitas. Dependende de cada um, depende da vida que cada um de nós levou. Levaremos lembranças, coisas que sempre serão inesquecíveis para nós, coisas que nos marcarão, que mexerão com a nossa existências. Provavelmente, iremos pela vida afora colecionando essas coisas, colocando em ordem de grandeza cada detalhe que nos foi importante, cada momento que interferiu nos nossos dias e que deixou marcas. Marcas... Umas serão mais profundas, outras superficiais, porém todas com algum significado. Serão detalhes que guardaremos dentro de nós e que se contarmos para outros talvez não tenha a menor importância, pois ó nós saberemos o quanto foi incrível vivê-los. Poderá ser uma música, quem sabe um livro, talvez uma poesia, uma carta, um Natal, uma viagem, uma frase que algúem tenha nos dito num momento certo. Quem sabe uma amizade incomparaável, um sol que foi alcançado após muita luta, algo que deixou de existir por puro fracasso. Pode ser simplesmente um instante, um olhar, um sorriso, um perfume, um beijo. Para o resto de nossas vidas levaremos pessoas guardadas dentro de nós. .

Umas porque nos dedicaram um carinho enorme, outras porque foram o objetivo do nosso amor. Outras ainda por terem nos magoado profundamente. Lá na frente é que poderemos realmente saber a qualidade de vida que tivemos. Bem lá na frente é que poderemos avaliar do que exatamente foi feita a nossa vida, se de amor ou de rancor, se de alegrias ou tristezas, se de vitórias ou derrotas, se de ilusões ou realidades. Devo pensar, e talvez você também, que sempre hoje é só o começo de tudo. Que se houver algo errado ainda está em tempo de ser mudado e que o resto de nossas vidas, de certa forma, ainda está em nossas mãos.

Women In Art


Women in Art

Surreal

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As fotografias surrealistas de Rodney Smith
[aqui]

Quando olho para mim não me percebo.




Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei

Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente

(Poema de Álvaro de Campos)

Vencer o Medo

Vencer o Medo
Parecemos estar hoje animados quase exclusivamente pelo medo. Receamos até aquilo que é bom, aquilo que é saudável, aquilo que é alegre. E o que é o herói? Antes de mais, alguém que venceu os seus medos. É possível ser-se herói em qualquer campo; nunca deixamos de reconhecer um herói quando este aparece. A sua virtude singular é o facto de ele ser um só com a vida, um só consigo próprio. Tendo deixado de duvidar e de interrogar, acelera o curso e o ritmo da vida. O cobarde, par contre, procura deter o fluxo da vida. E claro que não detém nada, a menos que se detenha a si próprio. A vida continua sempre a avançar, quer nos portemos como cobardes, quer nos portemos como heróis. A vida não impõe outra disciplina - se ao menos o soubéssemos compreender! - para além de a aceitarmos tal como é. Tudo aquilo a que fechamos os olhos, tudo aquilo de que fugimos, tudo aquilo que negamos, denegrimos ou desprezamos, acaba por contribuir para nos derrotar. O que nos parece sórdido, doloroso, mau, poderá tornar-se numa fonte de beleza, alegria e força, se o enfrentarmos com largueza de espírito. Todos os momentos são momentos de ouro para os que têm a capacidade de os ver como tais. A vida é agora, são todos os momentos, mesmo que o mundo esteja cheio de morte. A morte só triunfa ao serviço da vida.

Henry Miller, in "O Mundo do Sexo"

One Picture a Day (Re-Post)

One Picture a Day (Re-Post)

Um site de fotografia bom, mas bom mesmo.

Na Vida

Nunca ninguém se perdeu, tudo é verdade e caminho.

Ok Go

Ingmar Bergman

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O realizador de cinema Ingmar Bergman morreu hoje aos 89 anos em sua casa, na ilha sueca de Faarö, onde filmou várias das suas obras-primas. Com uma carreira de mais de 60 anos dedicada à Sétima Arte, o realizador que um dia disse ter "imenso medo da morte" deu hoje o único passo que lhe faltava para atingir a imortalidade. (Expresso)

Eu Gostaria.......


"Eu gostaria de te falar as palavras mais
profundas que tenho para ti; mas não me atrevo,
porque poderias rir de mim. Então eu me rio de mim mesmo
e diluo o meu segredo em brincadeiras.
Caço da minha dor, para que não caçes tu...

Eu gostaria de te dizer as palavras mais verdadeiras
que tenho para ti; mas não me atrevo,
porque poderias não me acreditar.
Então eu as disfarço em mentiras,
dizendo o contrário do que eu gostaria.
Torno absurda a minha dor,
para que não o faças tu...

Eu gostaria de usar as palavras mais preciosas
que tenho para ti; mas não me atrevo,
porque poderias me pagar com palavras de igual valor.
Então eu te falo com rudeza e
caço de ti com a minha força endurecida.
Eu te maltrato, para que jamais conheças a minha dor...

Eu gostaria de sentar-me ao teu lado, em silêncio;
mas não me atrevo, para que o meu
coração não me saia pela boca.
Então eu fico tagarelando e brincando,
escondendo o meu coração por trás das palavras.
Controlo duramente a minha dor;
para que não a controles tu..."

Eu gostaria de sair do teu lado; mas não me atrevo,
pois temo que assim ficarias conhecendo minha covardia.
Então eu levanto a cabeça e chego distraído a tua presença.
E tu, com os insistentes golpes dos teus olhos ,
sempre renovas a minha dor..."

(TAGORE)

È preciso......


É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente,
o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar,
a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também,
que seja como abrir uma janela e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
_Mário Quintana

A maior estrela conhecida


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Photobucket

Seja paciente. Espere um pouco.

Gustav Klimt

Um belo site em Flash sobre a vida e obra de Gustav Klimt.

Pablo Picasso


Picasso e Jacqueline, 1957
Fotografia de Davis Douglas Duncan

''A arte é uma mentira
que nos faz compreender a verdade.''

Pablo Picasso

Humor e Ironia na Fotografia


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Fotografias de René Maltête (1930-2000)

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Não vou lutar mais

Não vou lutar mais Não quero a doença, nem vontade de justiça Que se unam, que dancem e sejam felizes Eu só quero a minha paz Sentir-me um...